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compartilhando a paternidade de
um super pai que só faz o mínimo

Estar Presente

woman in white dress carrying baby in blue jacket

Este post é sobre estar presente na vida do filhe. Esse assunto já é debatido por muita gente (não o suficiente, mas muita gente). Você provavelmente já sabe vários dos motivos pelos quais estar presente na vida da criança é bom pra ela, e todos os motivos pelos quais ter pais ausentes pode voltar a aterrorizar e abalar os relacionamentos futuros dela. Mas eu não vou falar nada disso hoje. Se você quiser saber sobre esses assuntos, você pode ler Por que o Amor é Importante, ou ver um um corte do podcast Achismos, ou seguir o Instagram da Maya Eigenmann.

O que eu vou fazer hoje é apelar para o nosso egoísmo. Eu vou trabalhar esse assunto da melhor forma que existe pra se conversar qualquer coisa com um homem: O que você ganha com isso? Quais benefícios você, pai, ganha ao estar presente na vida do seu filhe. Sim, eu sei que pode parecer um absurdo ter que apelar pro egoísmo, mas se funcionar, tá ótimo (ou pelo menos tá menos ruim).

Os bebês e crianças crescem rápido demais (um clichê verdadeiro), e mudam de opiniões e vontades mais rápido ainda. O que você ganha estando presente, é a oportunidade de ver as coisas mais bobas ou mais lindas acontecendo, antes que elas virem história, antes que elas deixem de existir e virem apenas mais um caso contado por outra pessoa.

Pra ilustrar, imagine que a criança, que não sabe falar, começou a franzir o nariz toda vez que ele vê um porco, quase que tentando imitar o barulho do animal. Pode ser a coisa mais besta, mas também são os momentos em que você percebe que ela tá interagindo com o mundo e evoluindo, são os bons momentos que fazem todo o esforço valer a pena.

Que momento lindo, que coisa engraçada, que felicidade. Fim. Uma semana depois, ela para de fazer aquela cara. Agora, ela fala porco, ou faz um outro barulho, ou não faz mais nada. Sei lá eu o por que disso acontecer, acho que é o cérebro aprendendo e esquecendo as mil coisas que vê todos os dias. O ponto é que se você não esteve presente enquanto ela fazia a cara, você pode nunca mais ver aquilo.

Sim, o meu exemplo ilustrativo pode parecer sem graça, fútil. E você pode estar se perguntando: e daí, o que que eu vou querer saber se meu filhe imita um porco ou não??? Mas e se fosse ela dando os primeiros passos, e se fosse falando papai, e se fosse fazendo qualquer coisa pela primeira (e única) vez? Pai ausente só vê o lado difícil de ser pai (quando vê alguma coisa).

Claro que eu tenho que esclarecer que estar presente não significa apenas presencialmente.

Como em outros tantos contexto, a qualidade é muito mais importante do que a quantidade. E isso demanda interagir, brincar, ouvir, conversar, alimentar, rir, mesmo que seja por 30 minutos no dia, mesmo que seja só aos finais de semana, mesmo que seja a distância, mesmo que seja tão pouco.

Mas também é importante saber diferenciar o precisar e o escolher trabalhar (pra galera, como eu, que tem o privilégio de escolher, expliquei no post anterior). É decidir o que você precisa, o que ela precisa, e o todo o resto que te fizeram pensar que era preciso. É dar mais prioridade em estar presente do que em dar presentes. É ter o tempo pra si, mas também criar hobbies que possa compartilhar com ela. É sobre escolhas, e estar em paz com suas consequências. Pra acabar com o ciclo da criança só querer fazer as coisas com a mãe, é preciso fazer mais coisas com a criança.

Como diz o ilustre filósofo Zeca Pagodinho “Camarão que dorme a onda leva”, acorda pai.

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